quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dos olhares, a ilusão

Qual o seu nome? Ela perguntou a ele. Encantada com seu lindo sorriso, mal pode ouvir o que ele dizia, sua suave voz sussurrava lentamente em sua mente, como uma melodia que não sai da cabeça. Seus olhos lhe traziam muitas lembranças, e ela podia sentir que eles ficariam juntos, que havia uma relação entre eles, e que aqueles olhos que pareciam cintilar ao vê-la eram como duas pérolas negras, aquelas antigas que avó guardava, poderiam se conhecer de outras vidas? Talvez. Sentia seu coraçãozinho palpitar cada vez que ele se aproximava, mãos suadas sempre levadas ao cabelo. Quando seus olhares se encontravam era como se "a cena" congelasse, nada mais tinha importância ao seu redor, podia sentir sua respiração ofegante de longe e não conseguia conter o seu coração, milhões de batidas por segundo. Ela queria ouvi-lo cantar novamente, apenas mais um trecho, apenas mais uma canção. Abraçada a uma outra pessoa, ela seguia olhando para trás. Queria abraçá-lo, beijá-lo, tê-lo em seus braços. Talvez tivesse chances, não sabia. E esse talvez apitava em sua cabeça como uma chaleira. Até despertar e perceber que já era tarde, o café estava pronto e ela chegaria mais uma vez atrasada.

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