quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Dos olhares, a ilusão
Qual o seu nome? Ela perguntou a ele. Encantada com seu lindo sorriso, mal pode ouvir o que ele dizia, sua suave voz sussurrava lentamente em sua mente, como uma melodia que não sai da cabeça. Seus olhos lhe traziam muitas lembranças, e ela podia sentir que eles ficariam juntos, que havia uma relação entre eles, e que aqueles olhos que pareciam cintilar ao vê-la eram como duas pérolas negras, aquelas antigas que avó guardava, poderiam se conhecer de outras vidas? Talvez. Sentia seu coraçãozinho palpitar cada vez que ele se aproximava, mãos suadas sempre levadas ao cabelo. Quando seus olhares se encontravam era como se "a cena" congelasse, nada mais tinha importância ao seu redor, podia sentir sua respiração ofegante de longe e não conseguia conter o seu coração, milhões de batidas por segundo. Ela queria ouvi-lo cantar novamente, apenas mais um trecho, apenas mais uma canção. Abraçada a uma outra pessoa, ela seguia olhando para trás. Queria abraçá-lo, beijá-lo, tê-lo em seus braços. Talvez tivesse chances, não sabia. E esse talvez apitava em sua cabeça como uma chaleira. Até despertar e perceber que já era tarde, o café estava pronto e ela chegaria mais uma vez atrasada.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Brévia
- Que dia maravilhoso!
Foi o que pensou Camila ao olhar pela janela, fazia sol e ela adorava quando o vento suave permanecia. Arthur servia o café da manhã, passariam o dia fora de casa, iriam as colinas fazer piquenique e escalada. Era primavera, e fazia sol. Algumas horas dentro do carro até chegarem ao lindo lugar que Arthur queria que ela conhecesse, era realmente um lugar muito bonito. Arthur sempre mimava Camila, dava a ela toda a atenção que ela precisava, e ela adorava. Estenderam a toalha no chão, arrumaram os lanches, deitaram-se na grama e ficaram calados, apenas observando as nunvens. Até que Camila adormeceu. Algum tempo depois, golpeada por um frio repentino que estendia-se por todo o seu corpo, em um único pulo Camila despertou-se, com algumas lágrimas nos olhos. Estava em casa, em sua cama. Tudo não havia passado de mais um de seus sonhos e Arthur, ainda estava morto.
Foi o que pensou Camila ao olhar pela janela, fazia sol e ela adorava quando o vento suave permanecia. Arthur servia o café da manhã, passariam o dia fora de casa, iriam as colinas fazer piquenique e escalada. Era primavera, e fazia sol. Algumas horas dentro do carro até chegarem ao lindo lugar que Arthur queria que ela conhecesse, era realmente um lugar muito bonito. Arthur sempre mimava Camila, dava a ela toda a atenção que ela precisava, e ela adorava. Estenderam a toalha no chão, arrumaram os lanches, deitaram-se na grama e ficaram calados, apenas observando as nunvens. Até que Camila adormeceu. Algum tempo depois, golpeada por um frio repentino que estendia-se por todo o seu corpo, em um único pulo Camila despertou-se, com algumas lágrimas nos olhos. Estava em casa, em sua cama. Tudo não havia passado de mais um de seus sonhos e Arthur, ainda estava morto.
domingo, 8 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
A Rotina
Acordar, acender um incenso, lavar o rosto, ler o jornal enquanto tomar o café da manhã. A rotina de Camila é sempre a mesma. Colocar o lixo na rua, varrer a calçada, alimentar o cachorro, levá-lo para passear no parque. Camila gosta quando faz sol durante a manhã e o vento suave permanece. Regar as plantas, lavar as roupas, estendê-las, ir para a cozinha, preparar o almoço e esperar por Murilo. Ah, Murilo! O amor entre os dois é tão bonito, moram juntos a pouco mais de dois anos, mas a sintonia entre eles é perfeita. Ele sempre gostou da forma dela de lidar com as coisas, sua maneira de organizar tudo da mesma forma e sempre com a mesma sutileza. Camila tinha algumas manias estranhas, diferentes, exóticas. Gostava da sua vida, da sua rotina, gostava de Murilo. O velho relógio de parede marcava meio dia e dois. Dois minutos haviam passado, onde estaria Murilo? Ele nunca fora de se atrasar, sabia o quanto Camila preservava cada segundo do seu dia, apesar de ser um pouco psicótica com sua rotina, ela era uma pessoa extremamente calma. Passaram-se quatro minutos após o meio dia e ele ainda não havido chegado. Sentada na mesa, Camila estava impaciente. Não conseguia aceitar o fato de que Murilo havia se atrasado, e ao perceber que iria almoçar sozinha, retirou a louça que estava sobre a mesa, e optou por não almoçar. Seu coração estava disparado, seu sangue fervia e um calor repentino aos poucos foi tomando conta dela. Raiva, ira, era o que ela sentia, mas não sabia por nunca ter sentido antes, afinal, em tanto tempo juntos era a primeira vez que ele havia se atrasado. Doze horas e quinze minutos era o que marcava o relógio quando Murilo entrou em casa. Ele estava feliz, sorriso cintilante e olhos brilhantes, podia-se sentir de longe a alegria que ele transmitia. Camila, consumida por sua raiva não deu tempo para que ele pudesse se explicar, gritou como nunca havia gritado antes, e derramava lágrimas de desilusão. Murilo saiu da casa, ligou o carro, e voltou para o trabalho decepcionado, sem entender nada, sem saber como agir, aquela situação o havia pegado de surpresa. Se sentia triste, infeliz, solitário. Sentada no sofá olhando um retrato de casal, Camila chorava inconsolavelmente, tremia, suspirava, soluçava. Porque havia agido daquela forma? Parecia tudo diferente, tudo fora do seu controle, e isso nunca havia acontecido antes. Estava arrependida, iria escrever uma carta para Murilo, e o esperaria com um bolo. Secou suas lágrimas e começou a escrever. A tarde passou vagarosamente, e logo chegou ao fim. Murilo esperava pela noite, tentaria se explicar, se reconciliar. Ele apenas queria ter feito uma surpresa à ela, já que naquele dia comemorariam três anos que estavam morando juntos, e ela entenderia quando soubesse o quanto ele correu para comprar um buquê de rosas brancas e um cd de Bach que ela tanto queria. Chegou em casa carregando os presentes, deixou as chaves sobre a mesa de canto e direcionando-se a cozinha chamava por Camila. Um lindo bolo sobre a mesa e uma carta escrita a mão em papel de carta de seda, os preferidos de sua amada. Resumidamente, na carta, Camila pedia desculpas a Murilo pela forma à qual erroniamente havia agido no almoço, explicou que não conseguia entender o motivo de sua reação, ela o amava, estava arrependida e não queria que aquilo ocorresse novamente, seria diferente e ela não agiria tanto pela rotina psicopata de sempre. Murilo não conseguia conter suas lágrimas, Camila era a mulher da sua vida definitivamente. No verso da carta ela havia escrito que era uma tola, por haver esquecido que naquele dia faziam três anos que eles moravam juntos e ela não sabia se podia conviver com aquela culpa. Murilo foi até o quarto. Deitada, Camila parecia um anjo dormindo, ele sorriu e se aproximou. Percebeu o corpo dela gelado e alguns comprimidos ao seu lado.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Vê-lo, partir novamente
Seus olhos, pude vê-los novamente, como se fossem lindas pérolas cintilando dentro da sala de ensaio. Liberando alguns suspiros, meu coração disparou. Uma olhada, era o que eu precisa, e desta vez foi concedida. Minha garganta secou, eu poderia ter lhe dito um Olá, mas minha voz se fechou diante daquela situação inesperada. Seu cheiro penetrou em minhas narinas, e era como se todos naquela sala estivessem com o mesmo cheiro que só permito pertencer a ti. Golpeada por uma leve brisa que entrava por uma fresta da janela, senti minhas pernas tremerem, com certa fragilidade, era como se todas aquelas roupas que estavam em meu corpo não fossem suficientes para cessar aquele frio inacabavel. Direcionei-me ao outro lado da sala, e mais uma vez tive que vê-lo partir. Retornar para o seu lugar, desconhecido por mim, aquele que talvez eu não pertença e nunca vá pertencer.
Lágrimas guardadas
Refugiada em meu quarto, deito-me em minha cama tendo minha mente invadida por recordações da minha infância. Tantos momentos vividos, tantas pessoas que me deixaram. Com lágrimas nos olhos, acendo um incenso, e aquela nostalgia que antes estava apenas em meu quarto, aos poucos consome o meu corpo por inteiro. Abrindo uma de minhas caixas de recordações, me envolvo com as cartas escritas para mim e minhas lágrimas antes contidas, desmancham-se em meu rosto. Tantas palavras doces, tantas frases bonitas, e muitas delas em vão. Meu coração dispara e minhas mãos são direcionadas a alguns objetos da caixa. Estou tão cansada de toda essa nostalgia barata, essa vida de esperanças e coisas passadas. Mas acho que ainda não me permito mudar, e deixo que permanecem em meus olhos essas lágrimas guardadas dentro da caixa.
Tentar e não fazer
Seria apenas um toque, um suspiro, um único beijo. Seria, talvez, um segundo, uma hora, um momento. Inevitavelmente tento encontrar em seus olhos tudo aquilo que falta em meu coração. Tento fazer de seu toque frio a fonte do meu calor. Tento achar em seu sentido um guia que me faça perder o medo que existe em meu ser. Talvez eu tente tentar demais e por tentar tanto eu não consigo fazer nada.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
It haunts her forevermore
Lembrei-me do seu sorriso, e por um instante pensei ter sentido o seu cheiro. Senti um suspiro em meu ouvido e aquele alguém que me sussurrava belas palavras poderia ser você. Essa inusitada sensação de que sou nada a ti assombram meus sonhos, e os tornam todos em pesadelos. É como uma linda melodia dedicada a um surdo, o sentimento expressado nela é em vão. Deixa-me sentir o gosto dos seus lábios. Permita-me sentir o odor de seu sangue. Una-se a mim em um pacto que te manterá aqui para sempre.
Untitled
Desfaço-me de todas as palavras que um dia me fizeram pensar em ti. Desfaço-me de todas as recordações ao teu lado que me assombram. Desfaço-me de meus planos insanos, os quais você era meu guia. Desfaço-me de meus problemas, aqueles que eras minha única solução. Desfaço-me das noites frias, do brilho dos seus olhos e do ruído da sua voz. Desfaço-me de mim mesma e de tentar encontrar formas para te trazer até aqui. Desfaço-me de todas as coisas, apenas por não poder mais fantasiar mentiras que me façam acreditar que tudo poderia ser diferente.
Assinar:
Postagens (Atom)