"Porque açoitas essa pobre rameira? Vira contra ti próprio essa chibata. Estás ardendo de desejos de com ela realizares o ato por que a castigas."
Rei Lear - Shakespeare
Ato IV - Cena VI
Como tudo que é bom vale a pena ser mostrado, aí vai:
http://e-brio.blogspot.com/2011/01/quando-so-me-resta-o-azul.html
Eu realmente admiro muito o autor deste Blog, e é um dos meus favoritos. Por algum motivo esse texto mexeu um pouco comigo, e eu gostaria de compartilhar. A combinação da música com o texto ficou muito boa, na minha humilde opinião.
Deitados. Ali estavam os corpos imóveis. Sobre a cama do local do crime nem ao menos um mosquito se movia. Um casal um tanto jovem. Aqueles que a pouco tempo atrás faziam juras de amor um ao outro, não se podia mais nem ouvir a respiração. A lua clareava boa parte do quarto através da cortina de seda esquecida aberta por um dos criminosos. Coisas espalhadas pelo quarto e uma garrafa de vinho quebrada no tapete. A televisão permanecia ligada, em um filme qualquer, para que ninguém suspeitasse de nada que havia acontecido naquele quarto. Havia apenas dois corpos, ali deitados e imóveis. Permaneciam intactos. O local ali, silencioso. Naquele quarto de motel, criminosos do amor e da paixão.