Era o que mamãe me dizia todas as manhãs.
Uma frase simples, mas que para mim era muito importante ouvir todos os dias.
Sinto sua falta.
Adorava quando ela ficava por horas, me olhando digitar minhas histórias infames.
Ela adorava meus textos, e sempre dizia que eu seria um grande escritor. Que sonho! Era um grande sonho, e ela estaria ali, sempre ao meu lado.
Pelos menos era o que eu imaginava, e esperava.
Na verdade, foi. Até ela conhecer o esposo dela. No começo eu até gostava dele. Mas, era o começo, e eu sabia que ele fazia aquelas coisas apenas para me agradar. E tinha uma certa noção de que algumas coisas mudariam depois do casamento.
Fazíamos muitos passeios em família. Íamos ao zoológico, ao shopping, ao teatro, e visitávamos museus também.
Então chegou o grande dia. O casamento.
Eu realmente a amava. Ela era minha mãe, e meu dever era protegê-la.
Ele aguardava no altar. Eu estava ansioso, nervoso, agitado. A valsa matrimonial tocava. E ali estava ela. Linda, de branco.
E logo em breve ensanguentada por um amor que não seria bom para ela. É obvio que eu tenho certeza que aquele amor não seria bom para ela.
Apenas eu, seu filho.
E agora, ela está morta.
Se eu a matei? Claro que não, eu a amava. Mas, sim! Foi eu quem a mandou matar.
Ciumes, talvez. Mas eu não aceitaria outro homem na vida dela, senão eu.
Memórias de um ex-drogado.